segunda-feira, 25 de abril de 2011

04 - ESPECIAL ELIZABETH TAYLOR: GATA EM TETO DE ZINCO QUENTE



NOTA: 8.
- Eu tenho coragem de morrer, Brick. Minha dúvida é se você tem coragem de viver.

O segundo filme escolhido é esta adaptação para as telas da peça homônima de Tennessee Williams, que também escreveu Um bonde chamado desejo. O autor ganhou dois pullitzer em sua carreira, e os prêmios foram dados por essas duas peças. A pressão por conta da adaptação era grande e o resultado decepcionou muita gente. Inclusive o próprio autor da peça e até mesmo Paul Newman, que esperavam que certos temas fossem mantidos.
Toda a história gira em torno da possibilidade da morte de Big Daddy (Burl Ives). Ele é o patriarca desta família, que se une para comemorar seu aniversário. Na verdade, a comemoração é apenas uma desculpa para que possam bajulá-lo e convencer que devem ficar no controle dos negócios. Todos querem sua parte da herança, menos Brick (Newman), que está mais preocupado em acabar com as garrafas de bebida da casa.
Uma situação como essa, faz com que "o melhor e o pior da família venham à tona", como diz Brick. A comemoração vira uma lavagem de roupa suja, onde Gooper (Jack Carson) e Mae (Madeleine Sherwood) aproveitam cada ocasião para puxar o saco de Big Daddy e denegrir a imagem de Brick. Todas as questões serão discutidas: Quem se considera melhor para cuidar dos negócios? Por que Brick e sua esposa, Maggie (Taylor), não têm filhos? Por que ele bebe tanto? E por que evita tanto o contato com seu pai?
A grande sacada, é fazer com que cada cena tenha sua dose de veneno. E apesar da maior parte estar guardada para Ives e Newman, todos os atores em um determinado momento tem suas chances de destilar seus venenos também. Não há pessoas inocentes aqui. Todos sabem como atacar e dizer as coisas mais cruéis.
O que faz com que o filme perca força em relação à peça, são as modificações que foram feitas na adaptação. Na peça há insinuações de homossexualismo, fato que é substituído por uma complicada trama sobre negócios em esporte. Uma pena que a história perca força por causa do puritanismo da indústria, mas ainda assim a história ainda mantém parte da sua força.
Já a grande força mesmo do filme está na força das atuações do elenco. Todos eles, sem exceção. Newman tem uma papel ingrato de um jovem atormentado que esconde seus problemas atrás da bebida até ter coragem de resolvê-los. Taylor está ótima como a mulher que não quer largar o marido que sequer encosta nela. Assim como ela quer seu marido de volta ela também quer que Brick tenha direito à herança. Ela já foi pobre e não pretende voltar para essa situação. Ives é o típico homem poderoso que pisa em todos que estão na sua frente. Mesmo que esta pessoa seja sua própria esposa que devotou sua vida a ele. Todos ótimos.
Não tivesse tanto pudor em contar a história e se fugisse um pouco mais da aparência de um "teatro filmado", poderia ser um filme inesquecível e provavelmente definitivo sobre a peça. Ainda assim, pelo talento que se tem aqui, é um filme difícil de ser batido em futuras adaptações. E apesar de seus defeitos, é um bom filme.

2 comentários:

  1. Amo esse filme! Os diálogos, as interpretações, tudo marcante. Obra-prima!

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  2. Acho que falta um pouco para ser uma obra-prima, mas é um bom filme que as pessoas podem gostar.

    Abraço.

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