NOTA: 100.
- Não tente fazer a coisa certa, rapaz. Você não tem a prática.
O Oscar de 1998 coroou o épico Titanic, de James Cameron, com 11 prêmios. Uma pena que esse feito, embora notável, tenha ofuscado uma obra-prima. Eu hoje vejo mais virtudes neste filme de Curtis Hanson, do que na obra de Cameron. Apesar de ter sido filmado como um filme noir, a obra de Hanson parece atemporal. Fora seu figurino, poderia muito bem se passar nos dias de hoje e ainda ter a mesma força.
Antigamente, em Los Angeles, existia uma revista chamada Confidential. Sua especialidade era as fofocas de celebridades, principalmente as mais sujas e picantes. Foi essa revista que deu origem ao surgimento dos tabloides sensacionalistas tão comuns hoje. E esse filme se inspira nessa revista, não só na figura de Danny DeVito, mas como no fato de explorar a podridão policial da época. Assim, se misturam ficção e realidade daquela época.
Danny Devito interpreta Sid Hudgens, dona da revista Hush Hush. Sua voz é a que primeiro aparece no filme. Ele narra eventos que podem parecer irrelevantes, mas não são. Incluindo a morte de Mickey Cohen, um gangster real da época. O policial que mais trabalha com ele, e aparece em muitas de suas capas, é Jack Vincennes (Kevin Spacey), uma espécie de policial da mídia. Além de aparecer nas capas, ele é consultor técnico de um seriado conhecido como Badge of honor (um equivalente ao Dragnet, tanto que usa o mesmo bordão: "Just the facts").
Não posso esquecer que foi este filme que levou Russel Crowe ao estrelato. Antes disso, seu maior destaque era Rápida e mortal, horroroso faroeste com DiCaprio e Sharon Stone. Aqui ele interpreta Bud White, um corajoso e brutal policial que usa muito mais os punhos do que o cérebro. Pelo menos na primeira parte do filme.
Contrário a ele, é Ed Exley (Guy Pierce), um covarde brilhante e carreirista. Seu objetivo é subir de posto mais novo que seu pai, falecido, conseguiu. Nem que para isso, ele tenha que pisar em outros policiais e se tornar odiado por toda a delegacia.
Cada um investiga um caso diferente, que é parte de um caso muito maior. O que pode ser realidade em algumas coisas, pelo visto. O incidente do início do filme, Natal Sangranto, também é real. Assim como Lana Turner realmente namorou o guarda-costas do mafioso Mickey Cohen, Johnny Stamponato. O único porém seria que eles namoraram em 1957 e o filme se passa em 1953, mas quem liga? Uma curiosidade? Johnny foi morto pela filha de Lana Turner depois que ela o pegou traindo a mãe.
A história também envolve uma rede de prostituição comandada por Pierce Patchett, com prostitutas que parecem com estrelas de cinema. Uma delas é Lynn Bracken, uma personificação de Veronica Lake que se apaixona por Bud White. Sua personagem é a única doce em todo o filme. Quando ela diz calmamente porque ama Bud, você entende porque ela mereceu o Oscar daquele ano.
Pra mim, com certeza o melhor filme de 1997. Não apenas pela ótima história, grandes personagens (e muito bem construídos) e a atmosfera perfeita para um filme policial, mas pelo brilhante trabalho de adaptação de uma história extremamente complicada. Poderia ser confuso, mas aqui é apenas um ótimo filme com uma grande história. Um dos melhores policiais de todos os tempos.
Antigamente, em Los Angeles, existia uma revista chamada Confidential. Sua especialidade era as fofocas de celebridades, principalmente as mais sujas e picantes. Foi essa revista que deu origem ao surgimento dos tabloides sensacionalistas tão comuns hoje. E esse filme se inspira nessa revista, não só na figura de Danny DeVito, mas como no fato de explorar a podridão policial da época. Assim, se misturam ficção e realidade daquela época.
Danny Devito interpreta Sid Hudgens, dona da revista Hush Hush. Sua voz é a que primeiro aparece no filme. Ele narra eventos que podem parecer irrelevantes, mas não são. Incluindo a morte de Mickey Cohen, um gangster real da época. O policial que mais trabalha com ele, e aparece em muitas de suas capas, é Jack Vincennes (Kevin Spacey), uma espécie de policial da mídia. Além de aparecer nas capas, ele é consultor técnico de um seriado conhecido como Badge of honor (um equivalente ao Dragnet, tanto que usa o mesmo bordão: "Just the facts").
Não posso esquecer que foi este filme que levou Russel Crowe ao estrelato. Antes disso, seu maior destaque era Rápida e mortal, horroroso faroeste com DiCaprio e Sharon Stone. Aqui ele interpreta Bud White, um corajoso e brutal policial que usa muito mais os punhos do que o cérebro. Pelo menos na primeira parte do filme.
Contrário a ele, é Ed Exley (Guy Pierce), um covarde brilhante e carreirista. Seu objetivo é subir de posto mais novo que seu pai, falecido, conseguiu. Nem que para isso, ele tenha que pisar em outros policiais e se tornar odiado por toda a delegacia.
Cada um investiga um caso diferente, que é parte de um caso muito maior. O que pode ser realidade em algumas coisas, pelo visto. O incidente do início do filme, Natal Sangranto, também é real. Assim como Lana Turner realmente namorou o guarda-costas do mafioso Mickey Cohen, Johnny Stamponato. O único porém seria que eles namoraram em 1957 e o filme se passa em 1953, mas quem liga? Uma curiosidade? Johnny foi morto pela filha de Lana Turner depois que ela o pegou traindo a mãe.
A história também envolve uma rede de prostituição comandada por Pierce Patchett, com prostitutas que parecem com estrelas de cinema. Uma delas é Lynn Bracken, uma personificação de Veronica Lake que se apaixona por Bud White. Sua personagem é a única doce em todo o filme. Quando ela diz calmamente porque ama Bud, você entende porque ela mereceu o Oscar daquele ano.
Pra mim, com certeza o melhor filme de 1997. Não apenas pela ótima história, grandes personagens (e muito bem construídos) e a atmosfera perfeita para um filme policial, mas pelo brilhante trabalho de adaptação de uma história extremamente complicada. Poderia ser confuso, mas aqui é apenas um ótimo filme com uma grande história. Um dos melhores policiais de todos os tempos.
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Kim Bassinger e Veronica Lake |
Apesar de "Titanic" ser um marco, ainda mais por ter sido, durante anos, um filme significativo em minha vida - concordo que "LA Confidential" é uma obra-prima mesmo. É tão bom ver Kim Basinger em sua melhor interpretação, ainda bem que a Academia soube prestigiá-la ali.
ResponderExcluirSeu texto sintetiza bem o filme, parabéns.
Conheci seu blog agora, vou dar uma lida nos arquivos.
Te sigo e já linkei-o ao meu blog também.
Parabéns pelo estilo e proposta do blog!
mantenha contato, dê retorno, abraço!
Espero que aprecie meu espaço.
Adorei o seu blog.
ResponderExcluirNa verdade fiquei até com inveja.
rs
Não fazia idéia que podia-se fazer tudo isso com um blog. Parece uma página da internet completa.
Queria até poder fazer o meu blog assim.
Fiquei até feliz porque gostou do meu blog.
Um abraço.
Não só o que ocorreu com "Los Angeles - Cidade Proibida", mas também com outros filmes, em relação com as premiações do Oscar, que até pouco tempo eu tinha preconceito com filmes premiados pela Academia...
ResponderExcluir"Los Angeles - Cidade Proibida" é uma aula de cinema!!
Curtis Hanson até 1997 era considerado um diretor mediano. Tinha uma filmografia bastante irregular, contendo alguns bons filmes como (A Mão que Balança o Berço e Rio Selvagem).
ResponderExcluirMas foi em 1997 com Los Angeles – Cidade Proibida que ele se tornaria um diretor promissor (embora que depois do neo-noir, ele não fez mais nenhum filme notável). E é uma pena que Curtis Hanson nunca mais voltaria a fazer um filme do mesmo quilate.
Lançado no mesmo ano do megassucesso Titanic, o longa de Hanson perdeu em muitas categorias do Oscar, inclusive de melhor filme e melhor diretor. ganhando apenas em duas categorias melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante, muito pouco para um filme dessa magnitude, e merecia mais prêmios. Infelizmente, O transatlântico mais famoso do mundo retirou várias estatuetas daquele ano. No entanto, Los Angeles – Cidade proibida é superior a Titanic em se tratando de cinema, e não de Marketing. A qualidade é visível em vários aspectos: roteiro, elenco, direção e atuações. Nestes quesitos o filme de Hanson ganha de goleada de Titanic.
O elenco e as atuações masculinas, citando os três atores principais (Russell Crowe, kevin Speace e Guy Perace) estão soberbos. Lembrando que nenhum até aquele momento tinha feito um grande filme, eram quase rostos desconhecidos do grande público.
Os Coadjuvates também brilharam: Danny de Vitto, James Cromwell, David Strathairn, destacavam-se em toda vez que apareciam e o elenco secundário desse filme é ótimo.
Kim Basinger ganhou o Oscar de atriz secundária, gerando muitas controvérsias entre os críticos e públicos. Particularmente, gostei da premiação. Kim Basinger interpretou uma prostituta de luxo, sósia de uma atriz muita famosa de hollywood com muita competência, dosando sensualidade e fragilidade na medida certa. Basinger compôs uma Femme Fatalle maravilhosa e diferente, optando mais pela doçura.
E vale lembrar da incrível maquiagem que a fez parecer com a atriz Verônica Lake dos anos 40 e ela ficou ainda mais bonita do que já é.
O Roteiro do filme é outro aspecto de deve ser ressaltado. Uma trama intricada e rocambolesca que nos deixa atordoado no decorrer do filme. Depois da metade da projeção é que as peças vão se encaixando, numa desfecho impressionante que nos deixa boquiabertos.
O bacana do filme é que em nenhum momento do filme ele é clichê e previsível, como em muitos filmes de cunho policial. O roteiro de Brian Helgeland e Curtis Hanson é extremamente inteligente, fazendo com que o público junte peças do quebra-cabeças, caia em suspeitas, seja investigador, monte as peças do jogo politico que há por trás dos bastidores da policia e dos políticos locais da ensolarada Los Angeles. Tudo culminará num jogo de poder, interesse, corrupção, manobra política… ainda hoje é comum essas práticas na nossa sociedade. Isso mostra o quanto é atual esse clássico policial Neo-Noir.
Grande Filme que infelizmente não soubemos dar o devido valor na época de seu lançamento, mas que agora teve seu devido reconhecimento.